Yim King Po, Adilson Silva e Sergio Carpi
Foto: divulgação
Classificado com dois meses de antecipação para defender o Brasil nos Jogos do Rio 2016, onde, por enquanto, será o único brasileiro em campo, o gaúcho Adilson da Silva, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, decidiu interromper momentaneamente seu calendário de competições na Ásia e na África para se dedicar totalmente à sua preparação para os Jogos Olímpicos.
Adilson só jogará mais um torneio, no final de julho, na Tailândia, antes de vir ao Brasil para o primeiro torneio de golfe olímpico em 112 anos, que vai ser jogado de 12 a 14 de agosto, quarta-feira a sábado, no campo da Barra da Tijuca.
Depois do Zâmbia Open, no começo de junho, onde conquistou sua quarta colocação entre os cinco primeiros num intervalo de sete torneios, pontuando quatro vezes para os rankings mundial e olímpico de golfe, Adilson achou que era hora de descansar. Afinal, para garantir sua vaga para o Rio, ele participou de 15 torneios nos cinco primeiros meses do ano, média de três por mês – uma maratona desgastante tanto física como psicologicamente.
Apoio – Grande parte dos custos dessas viagens foram cobertos pelo Azeite 1492, comandado pelo empresário Sérgio Carpi, e pela YKP, cujo CEO é Yim King Po, os únicos patrocinadores brasileiros que Adilson teve em toda a sua carreira. “Sem o apoio desses dois empresários apaixonados por golfe, que acreditaram em mim, teria sido muito mais difícil me classificar para os Jogos do Rio”, conta o nosso golfista olímpico. “Viajar tanto assim ao redor do mundo custa muito dinheiro e profissional nenhum, de qualquer esporte, não pode dar o melhor de si pressionado pela necessidade de ganhar os prêmios em dinheiro para se manter”, diz Adilson. “Serei eternamente gratos aos dois”.
Parar de jogar por algumas semanas está ajudando muito Adilson. “Precisava tirar uns dias de folga”, conta o profissional brasileiro, que chegou a jogar sete torneios em oito semanas, cinco deles seguidos, em três continentes, entre o final de janeiro e meados de março, em busca dos pontos que o classificaram para defender o Brasil. Mas as férias já acabaram, seguidas de um treinamento intenso para os Jogos do Rio 2016.
Preparação – “Nas últimas semanas venho treinando bastante”, conta Adilson que durante a maratona de competições não tinha tempo para investir em seu jogo. “Já trabalhei bastante no meu jogo curto, chips e putts, e esta semana começo a trabalhar também no meu swing”, conta o profissional brasileiro mais bem colocado do ranking mundial de golfe, que mora em KwaZulu-Natal, na África do Sul, com a mulher, Althea, e o filho Marcelo Felipe, nascido em 2013.
Adilson viaja para a Tailândia dias 25 de junho para disputar a Kings Cup, do Tour Asiático, de 28 a 31 de julho. A competição, com US$ 750 mil em prêmios, vai ser jogada no Phoenix Gold Golf and Country Club, em Pattaya, paraíso turístico na Costa Leste do Golfo da Tailândia, onde ficam muitos dos resorts e campos de golfe mais importantes do país.
Jogos do Rio – Adilson chegará ao Brasil na quarta-feira, dia 3 de agosto, a tempo de participar, no sexta-feira, 5 de agosto, do desfile das delegações na Cerimônia de Abertura dos Jogos do Rio. No dia seguinte ele visita sua cidade natal, Santa Cruz do Sul, no centro do Rio Grande do Sul, a 156 quilômetros de carro de Porto Alegre. Lá ele visita parentes e amigos por dois ou três dias, dará entrevistas, retornando em seguida para o Rio de Janeiro, para se preparar para a estreia nos Jogos Olímpicos.
Durante os dois anos de corrida olímpica, entre julho de 2014 e julho de 2016, Adilson disputou 50 torneios de golfe válidos para o ranking mundial, em cinco continentes, incluindo o Rio de Janeiro, onde jogou pela última vez em setembro de 2015, no Aberto do Brasil, válido para o PGA Tour Latinoamérica, onde terminou em oitavo lugar.
Maratona – Nesse período de classificação olímpica, que se encerra na próxima semana, Adilson pontuou 18 vezes para o ranking mundial de golfe, acumulando 13 colocações entre os 10 primeiros, sendo três vice-campeonatos e dois terceiros lugares, além de mais quatro colocações entre os cinco primeiros. Em sua carreira, Adilson já venceu 42 torneios profissionais, incluindo sete desde 2010.
